Lição 36º

 

 

 

 

 

 

 

Como melhorar a auto-estima na família

 

Os 10 princípios para melhorar a auto-estima na família. Segundo o Dr. Aquilino Polaina

Disponibilidade

Consiste em dedicar tempo (que é o menos temos!) a atender a nossos filhos e esposo/a. Com os adolescentes, por exemplo, não vale o de “este tema já falamos no sábado com tranqüilidade”. Tem que estar disponível, porque tem problemas que somente se corrigem no momento em que o outro se anima e expõe e pede para ser escutado. Lembremos que nossos pais, ao morrerem, só nos deixaram realmente o tempo que passarão com nós. Devemos dar tempo aos outros.

Comunicação pais-filhos: que os pais falem menos e escutem mais.

Em muitas famílias, quando um pai ou mãe diz “filho, temos que conversar”, o filho pensa “ai, ai, ai”. Por quê? Porque sabe que os pais quando dizem “temos que conversar”, querem dizer “vou te dar um sermão por algo seu que eu não tenha gostado”. Isto muda se os pais fizerem um propósito: dedicar 75% para escutar e somente 25% para falar. Escutar os filhos (ou cônjuge, ou quem seja) é um esforço ativo. Temos que soltar o jornal, baixar o volume da televisão, virar a cabeça para quem está falando, olhar nos olhos, expressar atenção. Isto é escuta ativa, que é a que serve para melhorar a auto-estima de tua família.

Coerência dos pais e auto-exigência dos filhos

Um é coerente quando o que pensa, sente, diz e faz é uma só coisa. Não tem sentido dizer aos filhos desde o sofá “é, vocês ajudarão a mamãe a tirar a mesa...”. Tem que dar exemplo primeiro. O pai tem que tirar a mesa durante uns 5 dias, para que o vejam. Depois disso, diz a seu filho “venha, agora e me ajude”. E dias depois “estou orgulhoso de você, agora já tens aprendido e pode tirar a mesa você só” e ele se sentirá orgulhoso de tirar a mesa. Assim aprendem à auto exigir-se, que é muito melhor que termos que vigiá-los 24 horas por dia. Isto é um progenitor potenciador, motivador, animador e protetor ao mesmo tempo. Também pedimos aos filhos que estudem, mas nos vêem a nós estudar, ler revistas de nosso trabalho, por em dia nossa especialidade? Temos que poder dizer “olha filho, nós também estudamos!”.

Ter iniciativa, inquietudes e bom humor, especialmente com o cônjuge.

Estes três fatores são úteis para a auto-estima familiar. A rotina é um inimigo nas relações conjugais e com os filhos. O ponto chave é que haja criatividade e iniciativa na vida do casal e isso se contagiará a toda a família. As melhores horas devem ser para compartilhar com o esposo/a. Ser pai ou mãe não deve fazer esquecer que somos “tu e eu, queridos, nós”. Criatividade e iniciativa protegem o casal da rotina. Quando tem rotina, é fácil que um dos dois procure a “magia” fora, em outras relações. Pelo contrário, se o casal vai bem, os filhos aprendem sua “educação sentimental” simplesmente vendo como se tratam os pais, vendo que se admiram, se elogiam, se valorizam, são cúmplices. “Quando seja maior tratarei a minha mulher como papai e mamãe”, pensam os filhos entusiasmados. Isto os dará auto-estima.

Aceitar nossas limitações e as dos nossos filhos

Tem que conhecer e aceitar suas limitações, as de seu cônjuge e de teus seus filhos. Mas é importantíssimo não criticar ao outro diante a família, não criticar a seu cônjuge diante aos filhos, ou a um filho diante os irmãos, comparando a um irmão “bom” com um “mal”. Isso faz sofrer ao filho e lhe tira auto-estima. É melhor leva-lo aparte e falar.

Reconhecer e reafirma o que vale a outra pessoa

Sejamos sinceros: tão tem sentido que andemos chamando “campeão” a nosso filho que nunca tenha ganhado nada. Se tem perdido uma partida de futebol, não o chame de campeão. Tem que aprender a tolerar a frustração, acompanhado, isso sim. Também temos de saber (grandes e pequenos) que somos bons em umas coisas e não em outras. “Filho, pareces bom em A e em B, mas creio que em C não é pra você”. Reafirmando ao outro em que vale, e se verá a si mesmo como o que é, uma pessoa valiosa.

Estimular a autonomia pessoal

Um se faz bom a medida que vai fazendo coisas boas. É importante que o entenda os filhos. O que se faz é importante: fazer coisas boas nos faz bons a nós. Esta idéia ajuda a ter autonomia pessoal, fazer as coisas por nós mesmos, para melhorar a nós.

Desenhar um projeto pessoal

Não irás muito longe se não sabes aonde queres ir. Ficar quieto não é factível, um tende a voltar e ficar-se atrás. Tem que ter um projeto pessoal para crescer, e atender e ajudar a discernir e potenciar os seus projetos.

Ter um nível de aspirações alto, mas realista

Temos que jogar entre o possível e o desejável. Se aspiramos alto, nos valorizamos bem, teremos auto-estima, mas, é factível? Devemos prover um alto nível de aspirações com a realidade de nossas capacidades e recursos.

Escolhemos bons amigos e amigas

O individualismo é o câncer do século XXI. Nós e nossos filhos estamos atados a máquinas gratificantes: o DVD, a televisão, os vídeo games, internet... O trabalho em solitário vai minando a amizade verdadeira. Os amigos comprometem muito e ao individualista não lhe gostam os compromissos!

Sem dúvida, necessitamos mais que nunca dos amigos humanos, pessoas, grandes e bons amigos, com os que compartam muitas horas, conversas sinceras e próximas, amizades de verdade, que te apóiem e te conheçam autenticamente, que te aceitem com suas falhas e potenciem o melhor de ti. Selecionar amigos assim para você e para sua família é a melhor invenção.

Uma família que trata e seguir estes princípios contribuem a melhorar a estima em seus filhos e a auto-estima neles mesmos. Temos finalmente três idéias mais a considerar:

• Segundo Chesterton, o natural tende ao sobrenatural enquanto que o que não se sobrenaturaliza se desnaturaliza. É certo. Temos de entender que a auto-estima, o amar e o amar-se, é sobrenatural. Tens pensado em como te ama Deus, no grande, o sobrenatural de Seu amor por ti? Pensa. És muito especial para Ele. Quando viver este amor, comunicá-lo a teus filhos.

• Boa parte do sofrimento inútil no mundo se produz porque em algumas ocasiões nas que deveríamos dedicar a pensar, nos pusemos a sentir; e em ocasiões que são para sentir, nos pusemos a pensar. Evitemos este sofrimento inútil: tem momentos para pensa e momentos para sentir.

• Se lutas, podes perder, mas se não lutas já estás perdido. Se lutas por tua vida familiar, não estás perdido.

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