Lección 27 ª

 

 

 

 

 

   

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Teorias econômicas

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As duas grandes linhas de pensamento no estudo da macroeconomia foram a escola clássica e a escola keynesiana. Destas duas grandes correntes surgiram posteriormente novas tendências.

A principal diferencia entre ambas as escolas se deve a seu modelo de curva de oferta agregada:

Para os clássicos, que apontam ao longo prazo como já vimos, esta curva é vertical, pois a produção das empresas vem determinada por o nível de pleno emprego (se produz a pleno rendimento).

Para os keynesianos que olham mais o comportamento da economia ao curto prazo, a curva de oferta é horizontal. A um nível determinado de preços se produz aquilo que as pessoas demandam.

Vamos ver agora outras características diferenciadoras entre ambas correntes:

a) Escola clássica

Competência perfeita em todos os mercados.

Preços flexíveis a alta e a baixa, incluídos os salários, o que vai permitir que todos os mercados (de bens e serviços, de dinheiro, de trabalho, etc.), estejam sempre em equilíbrio (se existe demanda ou oferta insatisfeita o ajuste de preços se encarregará de que o mercado volte a recuperar o equilíbrio).

O mercado de trabalho está sempre em situação de pleno emprego. Não existe desemprego, o que possa existir é de caráter circunstancial (devido ao tempo que as pessoas tardam em encontrar um trabalho acorde com sua capacitação) ou voluntário (pessoas que querem aceitar o salário que lhe oferece o mercado).

A produção oferecida pelas empresas vem determinada pelo nível de pleno emprego (através da função de produção).

Portanto, a oferta domina a demanda. A curva de oferta é vertical e é a que determina o nível de produção de equilíbrio: variações na demanda somente produzem variações nos preços.

A política monetária é ineficaz (neutralidade do dinheiro): variações na oferta monetária só afetam ao nível de preços, sem que tenham efeito nenhum sobre as variáveis reais (quantidade demandada, produção de equilíbrio, salários, etc., uma vez depurado o efeito dos preços).

A política fiscal tão pouco serve, pois a economia se encontra sempre numa situação de pleno emprego, pelo que estas medidas no final das contas se traduzem em subidas de preços. Porém, o estado não deve interferir na marcha da economia.

Este modelo é especialmente adequado para explicar ao longo prazo.

b) Escola keynesiana

Concorrência perfeita no mercado de bens, mas não se dá sempre no mercado de trabalho devido ao poder dos sindicatos (que impedem que os salários baixem quando se tem desemprego)

A rigidez dos salários à baixa num curto prazo pode provocar que o mercado de trabalho não se encontre em equilíbrio e que exista desemprego involuntário (no modelo clássico quando se dava esta situação os salários baixavam e desaparecia o desemprego, no modelo keynesiano isto não se produz).

A produção oferecida pelas empresas trata de cobrir a quantidade demandada, sendo, portanto, esta última a que determina o nível de atividade da economia e, com isto, o nível de emprego.

O dinheiro ao curto prazo pode afetar ao nível de produção, pois a economia não se encontra sempre em pleno emprego. A política monetária pode ter efeitos positivos.

Também a política fiscal pode ser eficaz ao curto prazo para tratar de relançar uma economia estancada. Em resumo, o papel do estado é ás vezes necessário.

O modelo keynesiano é especialmente adequado para o curto prazo.

c) Modelo de sínteses

Esta escola, como já temos comentado, permite enlaçar as teorias de Keynes (centradas no comportamento da economia ao curto prazo) com as da escola clássica (centradas ao longo prazo).

Este modelo mantém que num breve prazo os preços e os salários são rígidos (tal como mantém o modelo keynesiano), mas se analisamos um prazo mais amplo, os preços e os salários começam a ajustar-se lentamente. Ao longo prazo os preços são totalmente flexíveis (modelo clássico).

 

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Segundo este modelo:

Ao curto prazo são válidas as teorias do modelo keynesiano.

Ao longo prazo são válidas as teorias do modelo clássico.

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