Lección 29 ª

 

 

 

 

 

   

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Comércio exterior

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Hoje em dia dificilmente pode um país viver fechado ao exterior, pois isto lhe obrigaria a ter que produzir tudo aquilo que necessita: alimentos, energia, qualquer produto (desde a lavadora até o automóvel, passando pelos computadores, etc.).

Porém, existem ainda alguns exemplos de economias fechadas (Coréia do Norte, Cuba, antes Iraque, etc.)

O normal é que os países estabeleçam relações comerciais com o resto do mundo, originando-se um fluxo de exportações (vendas de bens e serviços do país ao resto do mundo) e de importações (compras de bens e serviços que realiza o país ao resto do mundo).

Obstáculos no livre comercio

Na prática, é corrente que os países estabeleçam diversas medidas encaminhadas a defender a indústria nacional (indústrias nascentes ou indústrias consideradas estratégicas), que dificultam o desenvolvimento do comércio exterior.

Os impostos alfandegários: impostos sobre os produtos importados que os encareçam e os façam menos competitivos em comparação com os produtos nacionais .

Contingentes à importação: limita a quantidade que pode ser importada de um produto durante um tempo determinado.

Por exemplo: Portugal estabelece um limite à importação de automóveis coreanos em 5000 unidades ao ano.

Barreiras sem impostos alfandegários: inclui procedimentos alfandegários complexos e custosos (em resumo, dissuasórios); normas de qualidade e sanitárias muito estritas para poder introduzir um produto; subvenções aos fabricantes nacionais para que possam produzir a preços mais baixos, fazendo seus produtos mais competitivos em prejuízo do produto importado. o internacional permite que os países melhorem seu nível de bem-estar.

Distintas teorias têm tratado de explicar o porquê os países tendem a especializar-se na fabricação de uma série de produtos determinados, exportando o excedente que não necessitam e com os ingressos gerados importam aqueles que não produzem.
Teoria da vantagem absoluta: cada país se especializa em tudo aquilo que obtém ou produz de una maneira mais eficiente que o resto do mundo:

Vamos ver um exemplo: vamo-nos a centrar na produção de dois produtos: o sapato e os móveis.

Suponhamos que Espanha precisa de 1 hora para fabricar um sapato e 4 horas para fabricar um móvel, enquanto que França necessita 2 horas para fabricar um sapato e 3 para fabricar um móvel.

O que acontecerá? Então, que Espanha se especializará na fabricação de sapatos (pois, o faz melhor que França), enquanto que França se especializará na fabricação de móveis (o faz melhor que Espanha).

Espanha venderá sapatos a França e lhe comprará móveis.

Teoria da vantagem relativa: cada país se especializará em aquilo que produz de maneira mais eficiente entre as distintas alternativas de produção que tenha.

Imaginemos agora que Espanha necessita 1 hora para fabricar um sapato e 3 horas para fabricar um móvel, enquanto que França precisa 2 horas para fabricar um sapato e 4 para fabricar um móvel.

Neste caso Espanha teria vantagem absoluta respeito a França em ambos os produtos. Mas, analisemos o custo de oportunidade:

Vejamos a situação de Espanha:

Se fabrica 1 sapato (1 hora) deixará de produzir 0.33 móveis (cada móvel necessita 3 horas), logo o custo relativo é: 1 sapato = 0.33 móveis.

Por outro lado, se fabrica 1 móvel deixará de produzir 3 sapatos, então o custo relativo é: 1 móvel = 3 sapatos.

Vejamos agora a situação de França:
Se fabrica 1 sapato (2 horas) deixará de produzir 0.5 móveis (cada móvel necessita 4 horas). O custo relativo é 1 sapato = 0.5 móveis.

Se comparamos a situação de ambos os países, Espanha tem vantagem comparativa frente a França na fabricação de sapatos (0.33 móveis vs 0.5 em França), enquanto que França tem a vantagem comparativa na fabricação de móveis (2 sapatos vs 3 em Espanha).

Esta situação levará a que Espanha se especialize na fabricação de sapatos e França na fabricação de móveis.

Espanha comprará móveis a França sempre que por estes tenha que pagar menos de 3 sapatos (no caso contrário lhe interessaria produzir seus próprios móveis), enquanto que França venderá sempre móveis que lhe dêem mais de 2 sapatos (no caso contrário, lhe interessaria produzir menos móveis e dedicar esse tempo a produzir seus próprios sapatos).

Portanto, o comercio exterior entre estes dois países se desenvolverá quando para comprar um móvel tenha que entregar mais de dois sapatos, porém menos de 3.

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