Lección 35 ª

 

 

 

 

 

   

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Inflação (I)

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A inflação se define como uma subida generalizada (afeta a todos os setores da economia) e continua (durante um período prolongado de tempo) dos preços dos bens e serviços.

A inflação é um reflexo de que o dinheiro perde valor, pelo que para adquirir um bem haverá que entregar cada vez uma maior quantidade de dinheiro.

O Índice de Preços ao Consumo (IPC): mede o nível dos preços daqueles bens e serviços que adquirem os consumidores.

O deflator do PIB: mede o nível dos preços de todos os bens e serviços que compõem o PIB de uma economia.

Vamos ver algumas diferenças:

Se o preço dos carros importados aumenta, este aumento afeta ao IPC (é um bem que se consume), mas não ao deflator do PIB (as importações não formam parte do PIB).

Se o preço dos tijolos fabricados no país aumenta, esta subida não afeta ao IPC (não é um bem que se costuma consumir), porém sim ao deflator do PIB (forma parte do mesmo).

A inflação mede o aumento destes indicadores:

A inflação do ano 2001 de uma economia (medida pelo IPC) será:

Inflação 2001 = (IPC 2001 - IPC 2000) / IPC 2000

Por exemplo: o IPC de Portugal no ano 2000 foi de 156 e de 2001 de 162. Então a inflação neste último ano foi:

Inflação 2001 = 162 - 156 / 156 = 3,8%

Quando a subida de preços é muito grande se fala que o país sofre hiperinflação (taxas superiores a 100%). Como se chega a esta situação?

O país tem uns gastos muito grandes (militares, burocracia, ineficiência, corrupção, etc.) e seus ingressos são muito reduzidos (fraude fiscal). Para atender seus gastos, o Banco Central começa a emitir grandes quantidades de dinheiro, o que faz que este perca valor e a inflação se dispare.
Os fatores que favorecem a inflação:

Forte ritmo de crescimento da economia, com uma oferta que não é capaz de satisfazer a demanda, isto provoca uma pressão em alta sobre os preços.

Pressão nos custos: forte subida dos salários por pressão dos sindicatos, subida do preço do petróleo, aumento do custo das importações por deterioro do tipo de câmbio, etc. Tudo isto se traduz em subidas de preços.

Embora os dois fatores anteriores explicassem uma subida de preços, para que esta se converta numa espiral inflacionista é necessário que exista um forte aumento na quantidade de dinheiro, para que este perca valor e os preços se disparem.

Teoria quantitativa do dinheiro

Esta teoria diz:

O crescimento da quantidade de dinheiro que supera ao crescimento real da economia (depurando os preços) se termina traduzindo num incremento dos preços.

Taxa de crescimento da quantidade nominal de dinheiro = taxa de crescimento da renda real + taxa de inflação

Vamos ver um exemplo:

Se uma economia em termos reais aumenta um 3% e a quantidade de dinheiro em circulação aumenta um 10%, a diferença (7%) se traduz num aumento de preços.

A Teoria Quantitativa mantém que quando o Banco Central aumenta rapidamente a oferta monetária o resultado é uma elevada taxa de inflação.

Para explicar sua teoria começa por definir a velocidade do dinheiro : mede a velocidade à que o dinheiro circula (muda de mão).

V = ( P * Y ) / M

Onde:

" V ": é a velocidade de circulação do dinheiro.

" P ": nível de preços da economia.

" Y ": PIB em termos reais (depurando o efeito dos preços).

" P * Y ": PIB nominal.

" M ": quantidade de dinheiro em circulação.

Esta fórmula nos diz que se o PIB de uma economia é de 1 bilhão de euros (= P * Y ) e a quantidade de dinheiro é de 0,1 bilhões de euros, este dinheiro terá que mudar 10 vezes de mão ao longo do ano.

Se resolvermos esta fórmula o nível de preços:

P = ( V * M ) / Y

Levando em conta que a velocidade de circulação do dinheiro costuma ser bastante estável no tempo e admitindo, como sustém a escola clássica, que o dinheiro é neutral (não afeta ao nível de produção), daqui se deduz que se aumenta a quantidade de dinheiro necessariamente isto termina provocando um aumento de preços.

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