Lição 49ª: Valorização dos empréstimos

 

 

 

 

 

   

A avaliação de um empréstimo permite calcular o valor deste ativo em qualquer momento durante a vida da operação. Ou seja, determina o preço ao qual, a instituição financeira possuidora do empréstimo, estaria disposta a vendê-lo.

O valor do empréstimo varia ao longo da vida da operação, dependendo em grande parte do seu saldo vivo nesse momento, e da taxa de juro vigente no mercado para operações similares.

    Quando as condições do mercado mudam, e taxas de juros para operações similares são diferentes às do empréstimo, o seu valor é modificado e não corresponde com montante do seu saldo vivo.

A regra é a seguinte:

    a) Se as taxas de juros para empréstimos semelhantes são maiores do que as taxas do empréstimo, o seu valor será inferior ao importe do seu saldo vivo.

    b) Se as taxas de mercado são menores, seu valor será maior do que o montante do seu saldo vivo.

A que responde a essa relação?:

Se as taxas de mercado são superiores às do empréstimo, a instituição financeira está tendo um custo de oportunidade, pois poderia obter a mesma cota periódica emprestando menos dinheiro.

Se as taxas de mercado fossem inferiores às do empréstimo, a instituição financeira estaria obtendo uma rentabilidade mais elevada do que poderia obter se concedesse um empréstimo semelhante nas novas condições de mercado.

Como é calculado o valor de um empréstimo?

    São atualizadas no momento da avaliação todas as cotas periódicas pendentes de vencer, através da aplicação das taxas de juros vigentes nesse momento no mercado para empréstimos das mesmas características.

    Um exemplo:

    Um banco concede um empréstimo de 7,000.00 pesetas a 7 anos, com uma taxa de juros fixa de 10% e com amortização de principal constante.

Sua tabela de amortização é a seguinte:

Vamos calcular o valor do empréstimo ao final do 3º ano. O saldo vivo é, então, 4.000 000 pesetas.

    a) Se a taxa de juros de mercado para empréstimos semelhantes for nesse momento de 15% (superior ao 10% do empréstimo):

    Atualizamos no final do 3º ano todas as cotas pendentes de pagamento:

    V(3) = 1.400.000/(1,15) + 1.300.000/(1,15) ^2 + 1.200.000/(1,15) ^3 + 1.100.000/(1º,15) ^4 
    V(3) = 3.618.326 ptas.

O valor do empréstimo agora seria de 3.618.326 pesetas, inferior ao seu saldo vivo (4.000.000 pesetas). Esta situação ocorre sempre que a taxa de mercado for superior à do empréstimo.

    b) Se a taxa de juro de mercado for de 8%: 

    V(3) = 1.400.000/(1,08) + 1.300.000/(1,08) ^2 + 1.200.000/(1,08) ^3 + 1.100.000/(1,08) ^4
    V(3) = 4.454.049 ptas. 

O valor do empréstimo seria agora de 4.454.049 pesetas, superior ao seu saldo vivo. Esta situação ocorre sempre que a taxa de mercado for inferior à do empréstimo.

    c) Se a taxa de juros de mercado for de 10%: 

    V (3) = 1.400.000/(1,10) + 1.300.000/(1,10) ^2 + 1.200.000/(1,10) ^3 + 1.100.000/(1,10) ^4
    V (3) = 4.000.000 ptas. 

Neste caso, o valor do empréstimo coincidiria com o montante do seu saldo vivo