Lección 6ª

 

 

 

 

 

   

 

6.- CASO PRÁTICO DE ESTRATÉGIA DE ÊXITO A DESENVOLVER PELO ALUNO

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O general Giap e as guerras de Vietnam (1948-1975)

No entanto a logística e a tática estiveram em pleno funcionamento, ganhávamos em tudo o que nos propúnhamos. No pior momento da guerra o exército era capaz de mover quase um milhão de soldados por ano dentro e fora do Vietnam, alimentá-los, vesti-los, alojá-los, fornecer-lhes armas e munições e geralmente tratá-los bem melhor do que o fizera qualquer outro exército no passado. No campo de batalha éramos invencíveis. Combate trás combate, as forças do Vietcong e do exército do Vietnã do Norte eram rejeitados com numerosas perdas. Entretanto, no final das contas foi Vietnã do Norte, e não Estados Unidos, o que saiu ganhador. Como fomos capazes de ter tal êxito para depois fracassar tão dolorosamente? [1]

Apesar de ter o maior exército do Sudeste Asiático, Vietnã do Norte não era inimigo de Vietnã do Sul enquanto este país foi apoiado pela nação industrial e militar mais poderosa do mundo. Vietnã do Sul e seu aliado Estados Unidos não foram derrotados pelos recursos superiores de seu oponente, senão por uma estratégia superior. Vietnã do Norte conseguiu o que Sun Tzu considerava como a maior das vitórias: a fugida do inimigo.

O autor principal da formulação da estratégia militar de Vietnã do Norte foi o general Vo Nguven Giap. Em 1954, Giap se converteu na cabeça da guerrilha vietnamita e permaneceu como chefe do exército de Vietnã do Norte até 1974 e como Ministro de Defesa até 1980. A estratégia de Giap estava baseada na teoria revolucionária da guerra de Mão Tse Tung, que distinguia três fases: a primeira, resistência passiva, durante a qual se criava e se mobilizava o apoio político; segunda, guerra de guerrilhas, dirigida a debilitar ao inimigo e criar forças militares próprias; e, finalmente, contra-ofensiva geral. Em 1954, Giap se sentiu o suficientemente forte para iniciar a etapa final da guerra contra França e a brilhante vitória em Dien Bien Phu avaliou plenamente sua estratégia. Contra Vietnã do Sul e seu aliado Estados Unidos, o planejamento foi similar. Giap explicava sua estratégia da seguinte maneira: «Nossa estratégia foi manter uma longa batalha de desgaste, somente um longo período de guerra nos permitirá utilizar ao máximo nossas boas cartas políticas, sobrepor-nos a nossa desvantagem de falta de material e transformar nossa fraqueza em fortaleza. Manter e incrementar nossas forças foi o começo de nossas metas, ficávamos contentes em fazer ataques quando o sucesso era mesmo seguro e fugíamos das batalhas nas que podíamos sofrer perdas».

A estratégia se construiu sobre o único recurso no qual os comunistas tinham uma grande superioridade: sua vontade de lutar. Como já expressou Clausewitz, o teórico militar do século XIX, expressou que a guerra requer a unidade no mesmo objetivo seja o governo como os militares e o povo. Esta unidade nunca se conseguiu nos Estados Unidos. Os vietnamitas do norte, pelo contrario, estavam unidos numa «guerra popular». Levar à prática esta fortaleza precisava de uma longa guerra. Como explicava o primeiro ministro Pham Van Dong: «Os Estados Unidos é a nação mais poderosa da terra. Mas, eles não gostam de situações que durem muito tempo como pode ser uma guerra. Por isto devemos procurar estender ao máximo esta situação e assim desgastá-los e lhes ganhar ao final».

O enfrentamento militar doseado e o pronunciamento pela paz de Paris ajudaram aos vietnamitas a prolongar o conflito, enquanto os esforços diplomáticos para isolar aos americanos de seus aliados ocidentais e promover o movimento pacifista americano aceleravam a destruição do desejo de ganhar dos americanos.

A eficácia da resposta militar dos americanos estava limitada pelas dúvidas: Quais eram os objetivos e quem eram os inimigos? Era o papel dos Estados Unidos apoiar o regime de Vietnã do Sul, combater o terrorismo do Vietcong, derrotar militarmente a Vietnã do Norte, ao comunismo no Sudeste Asiático ou se a guerra tinha um alcance militar ou político. A diversidade de opiniões e as mudanças da opinião pública e política ao longo prazo foram terríveis para o estabelecimento de uma estratégia consistente ao longo prazo.

A coerência e fortaleza da estratégia dos vietnamitas do norte lhes possibilitou sobrepor-se aos erros de implantação. Em resumo, Giao, sem dúvidas, se precipitou ao lançar sua ofensiva geral. Tanto a ofensiva do Tet em 1968, como a do frente do Leste em 1972 foram rejeitadas com grandes perdas no exército do Vietnã do Norte e no Vietcong. O general Giap foi substituído como comandante-em-chefe pelo general Van Tien Dung, quem reconheceu que o escândalo de Watergate tinha debilitado tanto à presidência dos Estados Unidos que uma resposta americana a um novo ataque comunista era improvável. O dia 29 de Abril, baixo a operação Vento Constante se começou a evacuar a todos os americanos de Vietnã do Sul, e na manhã seguinte as tropas vietnamitas entraram no palácio presidencial de Saigón.

FONTES:

[1] Col. Harry G. SUMMERS Jr., On Strategy (Novato, CA: Presidio Press, 1982).

[2] G. K. Tanham, Communist Revolutionary Warfare (Nueva York: Praeger, 1961.)

[3] Vo Nguyen Giap, Selected Writings (Hanoi: Foreign Language Publishing House, 1977)

[4] J. Cameron, Here is your enemy (Nueva York, Halt, Rinehart, Winston, 1966).

As soluções estão recolhidas no anexo do curso, y são propostas no livro "Dirección estratégica. Conceptos, técnicas y aplicacioness" de Robert M. Grant. Ed. Thomson-CIVITAS. 4ª edição.

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