Lição 2

 


 

 

 

 

 

 

 

Medo em falar em público

Como temos comentado na lição anterior, o público não é o inimigo, muito pelo contrário, são pessoas que consideram que o orador possa lhes acrescentar algo, que não vão perder o seu tempo o escutando.

Por isto, não se deveria ter medo desproporcionado em falar em público, ainda que, sem dúvidas geralmente é bastante habitual.

Ter medo antes de uma intervenção pública é algo natural, pelo que não deveria ser excessivamente autocrítico consigo mesmo por que aconteça isto, e não por isso ser considerado uma pessoa débil e insegura.

Temos que analisar este medo que aflige a pessoa e tratar de descobrir as causas que o originam.

A pessoa se dará conta que grande parte de esse medo é irracional, não obedece a motivos lógicos (medo de fazer ridículo, de que riam da pessoa, de gaguejar, de afundar o prestigio profissional, de que o vaiem...).

São situações que não vão acontecer e, portanto esse medo tem que ser rejeitado definitivamente.

Outro tipo de medo pode ser racional: obedece a situações adversas que podem ocorrer (dar um branco, não saber responder a uma pergunta, que não funcione um equipamento, etc.).

Frente a este medo racional o que tem que fazer é tomar todas as medidas possíveis para reduzir ao mínimo as possibilidades de que estas situações aconteçam (por exemplo, levando papeis de apoio, preparando o discurso em consciência, verificando previamente que os equipamentos funcionem corretamente, etc.).

Às vezes também preocupa em pensar que o público se possa dar conta do medo que a pessoa sente (suores, tremer a voz ou as pernas, rosto cansado, etc.), pois é muito difícil que isto aconteça.

São reações físicas que a pessoa percebe intensamente, mas que apenas são percebidas por terceiros. No entanto, no caso hipotético que assim seja, o público pensaria que são reações muito naturais, que a qualquer um poderia passar.

A melhor forma de combater o medo é com uma preparação adequada: tem-se que trabalhar e ensaiar a intervenção com rigorosidade.

Quando se domina a apresentação se reduzem drasticamente as possibilidades de cometer erros; isto gera confiança e diminui o nível de ansiedade.

Também resulta muito útil pensar positivo, quer dizer, na satisfação muito grande que lhe produzirá obter um grande sucesso.

O orador se deve auto-convencer de que com uma boa preparação este sucesso está ao alcance de suas mãos.

Outro modo de combater o nervosismo é realizar, umas horas antes da intervenção, algum exercício físico intenso (jogar tênis, correr, etc.).

Isto contribui a queimar energias e gera um cansaço físico que contribui para acalmar os nervos.

Quando chega o momento da intervenção a pessoa deve ficar tranqüila, especialmente nos momentos iniciais da mesma.

Se conseguirmos sentir-nos acomodados de principio, é possível que mantenha essa linha durante o resto da intervenção.

Subir ao palco com tranqüilidade, sem pressa, olhar ao público uns instantes enquanto o recebem, ajustar o microfone, organizar as notações... e começar a falar calmamente.

Não devemos nunca utilizar pastilhas ou consumir bebidas alcoólicas, pois poderiam gerar um estado atordoado que dificultasse a exposição.

Em todo caso, um certo grau de nervosismo pode não ser tão mal, pois permite iniciar a intervenção num estado de certa agitação, de maior energia.