Lição 26

 


 

 

 

 

 

 

 

Reação do público

Ao longo de toda a intervenção o orador tem que estar atento em como reagirá o público (com interesse, com aborrecimento, com simpatia, com aprovação, com rejeição, etc.).

O pior que pode acontecer é não conseguir captar sua atenção (é pior ainda que o público manifeste seu desacordo com a opinião apresentada).

Se o público não mostra interesse, não é possível a comunicação.

Temos que captar a atenção do público no primeiro momento da intervenção. Se não conseguimos, então dificilmente vamos conseguir mais tarde.

Por tanto, temos que esforçar-nos ao máximo: saudar amavelmente preparar uma introdução sugestiva, adequando o tom da voz, com os gestos, olhares, anedotas, etc.

No primeiro indício de que o público perde a atenção devemos reagir com rapidez.

Se o público se dispersa definitivamente vai ser muito difícil voltar a lhe conquistar (embora quisesse, lhe resultaria difícil captar o fio argumental).

Ao público que está mais distante resulta mais difícil de ganhá-lo, daí a conveniência, se for possível, de se mover entre o público, aproximando sua presença à audiência.

A extensão do discurso joga em contra da atenção do público.

Importância da brevidade

Isto não quer dizer que o discurso tenha que ser necessariamente curto; durará o que tenha que durar, mas não deve se estender se não for necessário.

É possível que o público manifeste sua discrepância com a tese do discurso.

Quando o orador prepara sua intervenção deveria antecipar sua possível reação (normalmente a pessoa sabe quando suas idéias possam resultar polêmicas), e no caso possível de que tenhamos desacordo tratar de conhecer os motivos.

Isto permite ao orador levar preparadas as respostas às possíveis criticas.

Se a reação contraria do público tivesse sido totalmente imprevista e que o orador ignorasse suas razões, o melhor é lhe perguntar diretamente o porquê de sua rejeição.

Temos que dar ao público a oportunidade de que exponha suas questões; escutar-lhe com atenção, comentando a continuação que se trata de um raciocínio respeitável, embora diferente ao ponto de vista que a pessoa mantém.

O que não podemos fazer é aceitar as críticas assim como vem, pois debilitaria a posição do orador (perderia autoridade).

Tão pouco não devemos nos prender em nossas posições, criticando duramente os argumentos expostos pelo público e iniciando uma discussão que termine irritando ainda mais os ânimos.

Um ato público não é um lugar mais oportuno para uma discussão acalorada. Muitas vezes uma atenção ao público é mais que suficiente para ganhar sua simpatia e respeito, embora siga discrepando dos argumentos expostos.

Em todo caso, o orador não deve confundir a reação contraria de uma pessoa concreta com uma opinião contraria generalizada.

Quando finaliza a intervenção o público costuma aplaudir. O orador agradecerá sinceramente, olhando ao público e se retirará discretamente.

Nada de esperar até que finalizem as palmas, nem de voltar ao palanque para receber uma nova ovação como se fosse um artista.

Temos que evitar gestos do tipo levantar as mãos em sinal de vitória, levar as duas mãos ao coração, etc., nem se devem fazer comentários do tipo “que exagero”, “não é para tanto”, “gosto muito de vocês”.

Uma vez finalizada a intervenção resulta interessante pedir a alguém que tenha assistido e que nos diga sua opinião sincera de como resultou o mesmo (pontos fortes e pontos para melhorar).

Cada intervenção é um ensaio geral da seguinte.