Discurso
A elaboração
do discurso, ainda sendo determinante, constitui somente uma primeira
etapa da preparação do ato (e pode que não
seja a mais complicada).
Quando
preparamos um discurso devemos ter muito claro qual deve ser o objetivo,
o que é que pretendemos conseguir (informar, motivar, divertir,
advertir, etc.).
Em primeiro
lugar devemos definir o tema da exposição. Isto pode
vir já indicado pelos organizadores do ato (embora a pessoa
sempre poderá dar sua própria orientação)
ou que teremos a liberdade para escolhê-lo.
Uma vez
definido o tema, temos que determinar a idéia chave que se
quer transmitir e sobre a qual vai girar toda a argumentação.
Por
exemplo, vamos falar sobre o sector do vinho em Brasil e queremos
transmitir a idéia da sua falta de projeção
internacional.
Uma vez
selecionada a idéia chave, temos que procurar argumentos
nos que apoiá-la. Para isto o melhor é soltar as asas
da imaginação (“chuva de idéias”)
é vá anotando a medida que vão surgindo.
Este
processo pode durar alguns dias (temos que dar tempo à
imaginação, as idéias não surgem inesperadamente).
Uma
vez que dispomos de uma lista de possíveis argumentos temos
que selecionar os 4 ou 5 mais relevantes ( e não mais).
Devemos
levar em conta que num discurso a capacidade de retenção
que tem o público é limitada e que dificilmente
sejam capazes de assimilar mais de 4 ou 5 conceitos.
Se
tratarmos de apoiar a idéia chave com muitos argumentos
só consegue como resultado que o público termine
sem captar o essencial (as árvores não deixariam
ver o bosque).
Uma vez
que tenhamos selecionado estes poucos argumentos que vamos utilizar
devemos desenvolver-los em profundidade. Utilizaremos conceitos,
dados pessoais, citações, anedotas, notas de humor
(podemos os incluir embora o tema tratado seja muito serio).
O discurso
se estrutura em três partes bem definidas:
Introdução
(apresentamos o tema que vamos abordar e a idéia que queremos
transmitir).
Desenvolvimento
(apresentamos os distintos argumentos que apóiam a idéia).
Conclusão
(ressaltamos novamente a idéia e numeramos superficialmente
os argumentos utilizados).
O discurso
não tem porque ser uma peça literária, o que
sim deve prevalecer é a claridade.
Ao
ser escutado (e não lido) o público não tem
tempo de analisar minuciosamente a linguagem utilizada, a estrutura
das frases, etc.
Também,
no caso de não entender uma frase não terão
a possibilidade de voltar sobre ela.
Tudo
isto leva a que no discurso devemos usar uma linguagem clara e
direta, frases simples e curtas. Devemos lhe facilitar ao público
sua compreensão.
Para
terminar, devemos marcar alguns aspetos importantes:
Independentemente
do tema que vamos tratar, devemos procurar que o discurso resulte
atrativo, inédito, ágil, bem fundamentado, interessante
(embora o tema abordado seja tão árido como, por
exemplo, “A reforma fiscal nos anos 50”).
Deve
priorizar sempre a idéia da brevidade (o público
o agradece). A brevidade não implica que o discurso tenha
que ser necessariamente curto, senão que não devemos
estender-nos mais do estritamente necessário (ir direto,
evitar arrodeios que somente dificultam a compreensão e
terminam aborrecendo).
Sempre
é preferível encurtar que estender o tempo