Lição 8

 


 

 

 

 

 

 

 

Discurso

A elaboração do discurso, ainda sendo determinante, constitui somente uma primeira etapa da preparação do ato (e pode que não seja a mais complicada).

Quando preparamos um discurso devemos ter muito claro qual deve ser o objetivo, o que é que pretendemos conseguir (informar, motivar, divertir, advertir, etc.).

Em primeiro lugar devemos definir o tema da exposição. Isto pode vir já indicado pelos organizadores do ato (embora a pessoa sempre poderá dar sua própria orientação) ou que teremos a liberdade para escolhê-lo.

Uma vez definido o tema, temos que determinar a idéia chave que se quer transmitir e sobre a qual vai girar toda a argumentação.

Por exemplo, vamos falar sobre o sector do vinho em Brasil e queremos transmitir a idéia da sua falta de projeção internacional.

Uma vez selecionada a idéia chave, temos que procurar argumentos nos que apoiá-la. Para isto o melhor é soltar as asas da imaginação (“chuva de idéias”) é vá anotando a medida que vão surgindo.

Este processo pode durar alguns dias (temos que dar tempo à imaginação, as idéias não surgem inesperadamente).

Uma vez que dispomos de uma lista de possíveis argumentos temos que selecionar os 4 ou 5 mais relevantes ( e não mais).

Devemos levar em conta que num discurso a capacidade de retenção que tem o público é limitada e que dificilmente sejam capazes de assimilar mais de 4 ou 5 conceitos.

Se tratarmos de apoiar a idéia chave com muitos argumentos só consegue como resultado que o público termine sem captar o essencial (as árvores não deixariam ver o bosque).

Uma vez que tenhamos selecionado estes poucos argumentos que vamos utilizar devemos desenvolver-los em profundidade. Utilizaremos conceitos, dados pessoais, citações, anedotas, notas de humor (podemos os incluir embora o tema tratado seja muito serio).

O discurso se estrutura em três partes bem definidas:

Introdução (apresentamos o tema que vamos abordar e a idéia que queremos transmitir).

Desenvolvimento (apresentamos os distintos argumentos que apóiam a idéia).

Conclusão (ressaltamos novamente a idéia e numeramos superficialmente os argumentos utilizados).

O discurso não tem porque ser uma peça literária, o que sim deve prevalecer é a claridade.

Ao ser escutado (e não lido) o público não tem tempo de analisar minuciosamente a linguagem utilizada, a estrutura das frases, etc.

Também, no caso de não entender uma frase não terão a possibilidade de voltar sobre ela.

Tudo isto leva a que no discurso devemos usar uma linguagem clara e direta, frases simples e curtas. Devemos lhe facilitar ao público sua compreensão.

Para terminar, devemos marcar alguns aspetos importantes:

Independentemente do tema que vamos tratar, devemos procurar que o discurso resulte atrativo, inédito, ágil, bem fundamentado, interessante (embora o tema abordado seja tão árido como, por exemplo, “A reforma fiscal nos anos 50”).

Deve priorizar sempre a idéia da brevidade (o público o agradece). A brevidade não implica que o discurso tenha que ser necessariamente curto, senão que não devemos estender-nos mais do estritamente necessário (ir direto, evitar arrodeios que somente dificultam a compreensão e terminam aborrecendo).

Sempre é preferível encurtar que estender o tempo