Lição 11ª

 


 

 

 

 

 

COMPONENTES NãO VERBAIS DAS HABILIDADES SOCIAIS

Como dissemos anteriormente, os componentes não verbais são o olhar, os gestos, a expressão facial, a aparência física... Estas variáveis têm seu próprio valor comunicativo. Inclusive de maneira inevitável; assim, por exemplo, o olhar que estamos utilizando num momento determinado diz algo de nosso estado: olhar ao queixo de nosso interlocutor em vez de aos seus olhos fará que este pense que somos tímidos, que estamos nervosos, ou que temos certo temor.

As variáveis não verbais da comunicação acompanham ao conteúdo verbal de duas maneiras possíveis:

• Acompanhando e/ou enfatizando a mensagem verbal: ambos os códigos vão em consonância. Um exemplo desta situação teria lugar quando, por exemplo, dizemos a expressão “isto é muito importante”, e a acompanhamos com um movimento de mãos; o efeito é mais convincente, com certeza.

• Contradizendo a mensagem verbal: quando o código visual e o verbal não vão em consonância, costumamos dar mais credibilidade à informação visual; relembremos a típica situação na que um menino nos diz que fez os deveres, olhando para o chão e com rubor nas bochechas. Acreditamos nele?

Os componentes não verbais da comunicação são à base das primeiras impressões que nos formamos dos demais, que tardam somente uns segundos em se produzir. Além do mais, não somos conscientes de todos os elementos que nos baseamos exatamente para criar uma primeira impressão de alguém, inclusive sem que nos fale. Por que dizemos que alguém é seguro de si? Pela roupa que leva? Pelo jeito de se mover? Por que sorri muito?

Cada pessoa utiliza critérios diferentes, embora todos coincidam em que muitos deles são inconscientes; quer dizer, não sabemos em que nos baseamos para formar-nos uma impressão de alguém em poucos segundos. Além do mais alguns dos sinais não verbais que nos chegam dum interlocutor o fazem de maneira inconsciente; um exemplo de sinal de que não somos conscientes praticamente é da dilatação da pupila de nosso interlocutor.

Esta variável demonstra que é o reflexo do interesse que sentimos por algo. As pupilas se contraem se sentimos repulsão por alguma coisa, e se dilatam se sentimos atração. Vários experimentos avaliam o fato de que achamos mais atrativa a foto de uma pessoa com as pupilas dilatadas que quando estão contraídas.

Esta claro que todos os sinais não verbais que emitimos não são tão difíceis de controlar como a dilatação pupilar. Mas a experiência clínica aponta ao fato das maiores dificuldades das pessoas na hora de melhorar sua competência social radicam no controle dos aspetos não verbais da comunicação. Não é tão importante o “que dizer” senão “como dizer”.

As pesquisas manifestam um fenômeno muito curioso: temos o costume de acabar provocando nos demais o mesmo tipo de comportamento não verbal que nós mesmos emitimos. Quer dizer, a forma que nos comportamos com os outros, em parte vem provocada por nossa influência.

Também é importante conhecer o fato de que tanto as expressões faciais como os gestos estão estendidos culturalmente. Por exemplo, levantar o polegar para cima isso fazem as pessoas que pedem carona em muitos países; no entanto, utilizar esse gesto em Grécia se consideraria como uma grande ofensa.