GESTOS
COM A CABEçA
Os movimentos
da cabeça, como outros, variam em função da
cultura. Talvez a exceção seja o gesto de afirmação
e de negação, que aparecem inclusive em pessoas cegas
de nascimento. O sinal de afirmação costuma ser utilizado
para afirmar, como uma demonstração de escuta ativa,
quer dizer, de que se esta escutando com interesse à outra
pessoa. Mas a utilização excessiva pode dar sensação
ao outro de que quer terminar a conversação rapidamente.
Durante
uma conversação, a cabeça deve mover-se acompanhando
exclusivamente o olhar, de uma maneira discreta e suave, para evitar
distrações e dar sensação de incomodidade.
Distância
interpessoal
O espaço
pessoal é o espaço cuja invasão nos provoca
mal-estar. Por isso, tratamos de manter uma distância mínima
com os demais, a distância interpessoal. Sem dúvidas
que as pessoas precisamos um espaço ao nosso redor para sentir-nos
bem, que mudará em função da situação,
de nosso estado de ânimo, da cultura de procedência,
do tipo de pessoas que nos rodeiam… Cada situação
implica uma distância mínima cuja se é mais
curta nos faz sentir incômodos e que tratamos de defender
de diversas maneiras.
Por tanto,
é desejável que nos demos conta dos sinais verbais
ou não verbais que nos mandam os demais quando vulneramos
seu espaço pessoal.
Quando
as pessoas precisam maior autonomia, de se proteger da comunicação,
assim como liberar-se emocionalmente, podem optar por se retirar
dos demais e assim incrementar sua distância interpessoal.
Já
temos mencionado que as diferenças culturais em o que se
refere ao espaço pessoal são bastante variadas. Os
árabes precisam em geral menos espaço pessoal que
os latinos, e estes menos que os ingleses e os estadunidenses. Também
se tem diferenças de gênero: as mulheres, em geral,
se aproximam mais aos demais que os homens; e também acontece
o contrario, as pessoas se acercam mais as mulheres que aos homens.
É possível que estas diferenças também
se devam à cultura, aos diferentes papeis que se atribuem
a cada gênero.
Apesar
da grande variedade na delimitação do espaço
pessoal, os expertos costumam dividir o espaço em quatro
áreas com respeito a uma pessoa:
•
Área íntima (15 - 45 cm): esta área é
a que as pessoas cuidam com maior persistência, como uma
propriedade privada. É o espaço ao que podem aceder
as pessoas com as que temos uma relação pessoal
muito íntima e de afetividade. O contato corporal é
fácil, o tom de voz se pode baixar sem nenhum problema
para seguir sendo audível, e nos chegam outras sensações
como o cheiro ou o calor que desprende da pessoa. Contudo, a visão
completa do interlocutor se dificulta devido à proximidade.
•
Área pessoal (46 cm – 1,20 m): é a distância
que se mantêm em relações próximas,
embora não íntimas (companheiros de trabalho, reuniões
sociais, festas…) É uma distância na que também
é fácil o contato corporal, mas se vê melhor
ao interlocutor, perdendo influência outros sentidos.
Área
social (1,21 m – 3,6 m): esta distância é a que
costumamos manter quando nos relacionamos com pessoas que não
conhecemos, estranhos; em resumo, a que usamos em relações
impessoais. Costuma requerer um maior tom de voz.
Área
pública (mais de 3,6 m): este espaço se estende até
o limite do visível e o audível. É o das ocasiões
públicas e dos atos formais.