Lição 19ª

 


 

 

 

 

 

 

O CONTACTO FíSICO

O contato físico que se utiliza nas conversações muda muito em função do contexto em que se tenha lugar, a idade dos interlocutores (as crianças, por exemplo, são mais de palpar), e fundamentalmente da relação que tenham as pessoas. Utilizar o tacto durante as interações sociais implica duas funções:

• É uma maneira de dar a conhecer atitudes e emoções: através do tacto informamos de que sentimos afeto, amor, cordialidade, solidariedade. Tocar é sinal de expressividade e de extroversão. Em alguns casos, é além do mais indicativo de diferença de status, quando o contacto físico é unidirecional.

• É um sinal que regula a interação social: é o caso dos cumprimentos, as despedidas, os parabéns ou os gestos habituais de cortesia como colocar-lhe o agasalho a uma mulher.

A utilização do contacto físico como um recurso comunicativo se costuma utilizar mais em umas situações que em outras:

• Quando damos um conselho, mais que quando o pedimos.

• Ao dar uma ordem, mais que quando a recebemos.

• Ao pedir um favor, em contra do fato de aceitar-lo.

• Ao tentar persuadir de algo, mais que quando estamos sendo persuadidos.

• Em conversações sobre assuntos emotivos e profundos.

• Em ambientes distendidos, como festas, shows, etc.

• Quando tratamos de transmitir um estado de excitação, mais que quando estamos do lado da pessoa que escuta.

• Quando recebemos mensagens de preocupação, mais que quando somos os que transmitimos preocupação.

Existem grandes variações culturais no que se refere à quantidade e o tipo de contacto físico que se da nas interações sociais. E também se tem demonstrado que existem diferenças de gênero: em geral, os homens costumam tocar mais as mulheres que estas aos homens.

Como mencionávamos no caso do espaço pessoal, devemos estar atentos aos sinais de agrado o desagrado que nos mandam os demais em relação a nossa forma de nos expressar utilizando o contacto físico.

Aparência pessoal

O aspecto exterior das pessoas conta com uma série de características que em princípio não são modificáveis (exceto por o uso da cirurgia plástica), como podem ser a forma do rosto, a altura, a estrutura corporal, etc. Mas, a maior parte dos componentes da aparência pessoal são completamente modificáveis (cor do cabelo, maquiagem, tipo de roupa, musculatura, depilação, utilização de lentes descartáveis…). A lista de possíveis mudanças a fazer na aparência pessoal é interminável, e mais na época atual, que favorece este tipo de transformação.

A aparência pessoal tem um valor comunicativo muito potente; de fato, a primeira impressão que os demais fazem de nós, vem determinada, além do mais de por os esquemas mentais do que observa. As pessoas extraímos conclusões observando a aparência pessoal sobre os aspetos tão dispares como a idade, a sexualidade, a inteligência, o nível sociocultural…

Cada pessoa utilizará o valor comunicativo da aparência pessoal segundo seu próprio critério, sendo consciente das possíveis inferências que os demais podem fazer. Mas é verdade que em ocasiões as situações nos podem exigir um câmbio em nossa aparência (pensemos em um emprego onde se nos exige levar palitó e gravata, por exemplo), e aqui cada pessoa tem a liberdade para aceitar ou não esse tipo de câmbio. Não devemos irritar-nos, ou pensar que nos estão restringindo a liberdade quando nos exijam um câmbio de roupa num posto de trabalho ou num determinado acontecimento social, pois responde sem dúvida a esse valor comunicativo da aparência pessoal.