Lição 20ª

 


 

 

 

 

 

COMPONENTES PARALINGüíSTICOS DAS HABILIDADES SOCIAIS

Como dizemos anteriormente, os componentes paralingüísticos são variáveis da voz, diferentes ao conteúdo da mensagem, mas que o modulam. Tal como acontece com os componentes não verbais, são em muitas ocasiões difíceis de controlar e precisam de um esforço e trabalho pessoal para tratar de mudar aqueles aspetos que nos prejudicam em nossas interações sociais. É difícil, por exemplo, acostumarmos a falar mais devagar de como o fazemos habitualmente.

Latência

A latência se define como o tempo que transcorre entre o final da frase que emite o interlocutor e o começo de outra por parte de outro interlocutor. Geralmente, as latências muito curtas se associam com conversações bastante animadas e a discussões. Por contrario, as latências largas costumam se dar em conversações “pasivas”, quer dizer, nas que pelo menos uma das pessoas que fala não expressa com claridade suas idéias.

A situação ideal para que a conversação seja fluida e cômoda para todos os participantes, quer dizer, deixar que os demais terminem suas frases antes de falarmos; mas, se a situação requeira (pensemos no caso dos vendedores que não parecem ter um final no seu discurso), então estamos em nosso direito de interromper ao interlocutor, com expressões do tipo “agora não posso atender-te”, “vou pensar”, etc. Sempre é preferível dizer este tipo de frases que ficar calados e deixar que tenha lugar um incômodo silêncio.

Volume

Os câmbios no volume da voz têm como objetivo fundamental lograr que os demais possam escutar o que dizemos. Mas o certo é que em muitas ocasiões o volume da voz utilizado não se ajusta às necessidades reais.

Um volume baixo de voz geralmente costuma transmitir aos outros atitudes como submissão, tristeza ou timidez. Pelo contrario, a voz muito elevada pode indicar, segundo o contexto, seguridade, domínio, extroversão, persuasão, ira ou rudeza. O volume moderado, por contrario, quase sempre se associa a características positivas, como agrado ou alegria.

É uma situação concreta a que determina o volume de voz mais adequado, embora a tendência que nos guie deve ser aquela de não gritar, mas também conseguir que se nos escute com claridade. Um fenômeno que tem lugar com freqüência é o fato de que as pessoas utilizam um volume de voz correto, exceto em situações especialmente difíceis para nós, como pedir um favor, ou rejeitar um requerimento de um amigo ou um colega de trabalho… É importante por tanto centrar nossos esforços nestas situações para melhorar nosso desempenho.

Tom

O tom da voz é a qualidade que se produze por uma maior ou menor tensão das cordas vocais, dando como resultado uma voz mais aguda ou mais grave. Esta variável se considera fundamental, pois diferentes tons podem mudar completamente uma mesma mensagem verbal. A expressão “Gostei muito do show!” podemos dizer com um tom sarcástico ou convincente, por exemplo. Além do mais, uma mesma sentencia podemos dizer-la mudando o tom de maneira que faça finca-pé numa palavra ou outra, e variando assim a intencionalidade da mensagem. Vamos ver o exemplo seguinte aonde se tem sublinhado a palavra que se quis enfatizar:

Tomara que volte a ver-lo. A intenção é enfatizar o desejo, o interesse por ver-lo de novo.

Tomara que volte a ver-lo. Assim se quere expressar que o que se deseja é ver-lo, não manter outro tipo de contato que não seja o contato direto.

Nos casos nos que o tom proporciona uma informação contraria ao conteúdo verbal, geralmente concedem maior credibilidade ao tom de voz.

É conveniente mudar o tom ao longo da conversação, pois assim se logra dar uma maior sensação de dinamismo. Isto se pode lograr de varias maneiras.

• Mudando o tom nas palavras que nos interessa ressaltar

• Elevando o tom ao final das perguntas

• Baixando o tom ao final das afirmações

Um tom monótono, que não muda, pelo contrario, é sinal de aborrecimento e a monotonia.