Lição 30ª

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

MUDANDO COMPORTAMENTOS ERRôNEOS

Os pensamentos automáticos que nos surgem quando nos enfrentamos uma situação são em parte os responsáveis do estado de ânimo e da emoção, e, portanto da conduta exterior.

Existem pensamentos que nos “ajudam” a sentir-nos melhor e ter mais seguridade em nós mesmos. Ao igual que acontece com o comportamento externo, que podemos mudar, ensaiando novas maneiras de fazer as coisas, podemos trabalhar para controlar o pensamento e lograr que se converta num aliado.

Se formos donos duma loja, por exemplo, e nos damos conta de que nossa lista de clientes que compram fiado é muito grande, porque nos custa muito dizer que não se vende fiado aos clientes, então devemos ensaiar maneiras de negar-nos a fiar mais. Mas este trabalho pessoal será mais frutífero se aprendemos uma nova forma de pensar; se interiorizamos crenças do tipo “estou em meu direito de exigir o pago, pois estou dando um serviço”, “não vou perder clientes por me negar a fiar”, “sinto muito que se chateiem, mas estou fazendo o correto”, etc.

Os pensamentos são diálogos com nós mesmos. Podem estar baseados em dados mais ou menos objetivos, e então se chamam pensamentos racionais ou podem carecer de qualquer base real, se denominando pensamentos irracionais.

As pessoas costumam compartir erros de pensamento, que nos servem para interpretar as situações de forma incorreta e prejudicial para nosso estado de ânimo e nossas emoções.

Os erros de pensamentos mais freqüentes são:

• Pensamento dicotômico: se vêem as coisas como tudo ou nada

“Não se pode falar com meu chefe, sempre esta irritado”.

• Sobre-generalização: uma coisa negativa que nos ocorre num determinado momento vai acontecer sempre

“Voltarei a estragar tudo a próxima vez que fale com ele”

• Etiquetação: não descrevemos nossa competência, senão que nos colocamos um adjetivo qualificativo que aplicamos a todo nosso comportamento.

“Sou fraco, todos meus companheiros se aproveitam de mim”

• Abstração seletiva: centramos-nos só no mau de nós mesmos e do que nos ocorre

“Minha mulher se sentiu muito mal quando lhe disse que iria trabalhar todo o final de semana” (ignorando o fato de que nos disse também que o entende e que ela aproveitara para visitar a sua irmã).

• Adivinhação do pensamento: tiramos conclusões do que pensam os demais sem ter muitas evidencias

“É evidente que Luisa se aborrece falando comigo”

• Magnificação e minimização: exageramos o negativo e lhe restamos importância ao positivo

“Os rapazes que conheci na festa ficaram rindo de minhas brincadeiras, deve ser seguro que o fazem com todos”.

• Pessoalização: tudo tem haver com um mesmo, especialmente o mal, nos culpamos de muitas coisas.

“A reunião saiu mal, sou um mal coordenador de grupos”

• Pensamentos do tipo “deveria”: nos damos instruções a nós mesmos das coisas que se supõe estamos obrigados a fazer.

“Deveria ser mais simpático”, “Deveria saber conversar com meu chefe sem ansiedade”, “Deveria gostar mais”, “Deveria pedir menos favores”...

As etapas para lograr substituir estes pensamentos irracionais por outros mais realistas e menos daninhas são:

• Identificar as situações de interação social nas que nos sentimos mal e não atuamos como quiséssemos (nas interações com o outro sexo, com um superior no trabalho, com os professores, com os pais...)

• Reconhecer os pensamentos irracionais que nos pegam de surpresa em ditas situações. É conveniente fazer um registro, escrevê-los.

• Identificar a emoção que nos invadem em estas situações e que acompanham aos pensamentos

• Debater a validez e a utilidade de estes pensamentos. Para este debate nos podem servir as seguintes perguntas:

1. Tenho provas do que estou pensando?

2. O pensamento esta baseado num fato, ou é uma opinião, uma inferência, uma suposição?

3. Ajuda-me este pensamento a conseguir meus objetivos?

4. Ajuda-me a solucionar os problemas?

5. Que influência tem este pensamento sobre meus sentimentos e sobre minha conduta?

6. Inclusive se o que estou pensando é verdade, é tão negativo? É tão mal como parece?

7. Por que me altero tanto se não posso mudar esse fato?

• Propor pensamentos alternativos

O seguinte quadro pode ser útil para levar a cabo os passos anteriores:


Os exemplos que se mostram no quadro são meramente ilustrativos; o importante de procurar pensamentos alternativos pessoais, gerados por um mesmo, utilizando os dois critérios seguintes:

• Que reduzam a emoção negativa

• Que nos sejam mais úteis na hora de atuar, quer dizer, que sejam compatíveis com o comportamento mas assertivo possível.

 

PARA SABER MAIS

• ¿Qué dice ese gesto? Paul Ekman. 2003, Editorial Integral.

• Habilidades Sociales . Rafael Ballester. 2002, Editorial Síntesis.

• Manual de evaluación y entrenamiento de las habilidades sociales . Vicente Caballo, 1993. Editorial Siglo Veintiuno de España Editores, S. A.

• El lenguaje del cuerpo . Allan Pease. 1993

 

FIM DO CURSO