Lição 6ª

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

COMO SE DESENVOLVE NOSSA COMPETêNCIA SOCIAL?

Comportamento das pessoas está determinado em grande medida por o ambiente no qual se desenvolvem; isto significa que aprendemos na maior parte dos nossos repertórios de conduta, ou o que é o mesmo, nos adaptamos as demandas do contexto.

A competência social não é uma exceção, e tem muito de aprendida; ao longo da vida vamos aprendendo e configurando nossa forma de relacionarmos com os demais. Nesta aprendizagem existem duas variáveis fundamentais implicadas:

• A própria conduta que se aprende (o que as pessoas fazemos, pensamos, dizemos, sentimos...).

• A conduta dos demais, a reação dos demais ante o que fazemos.

Existem três formas de aprendizagem:

1) Através das conseqüências do comportamento: os comportamentos se aprendem em função das conseqüências que têm. Este tipo de aprendizagem segue umas leis, sendo as mais importantes:

• Toda conduta que têm como conseqüência algo positivo para nos tende a repetir-se no futuro. A conseqüência positiva pode ser material; pensemos no caso dos meninos que lhes dão caramelos para que se portem bem. Mas o habitual é que as conseqüências que mantêm nosso comportamento seja o reconhecimento social, a satisfação interior, manter os amigos, fazer atividades acompanhadas, manter o emprego... Grande parte do nosso comportamento social se explica pelas conseqüências do mesmo. Por que escutamos atentamente aos amigos? Em parte porque nos interessa o que contam, mas sem dúvida alguma também para que a relação perdure e possamos contar-lhes coisas a eles. Mas este mesmo mecanismo é responsável de que mantenhamos comportamentos que em longo prazo não são bons; mais adiante falaremos do caso das pessoas que costumam antepor os desejos dos demais sobre os seus; a conseqüência positiva de seu comportamento é evitar conflitos.

Uma conduta que não obtém nenhuma recompensa tende a desaparecer. Si chamamos persistentemente a uma pessoa que nos interessa e não nos faz nenhum caso, o mais provável é que deixemos de fazer-lo. Esta lei de aprendizagem explica em parte o mecanismo por o qual existem muitas pessoas que quase não contam com uma rede social: sem seus intentos de relacionar-se não obtivesse resposta, deixam de esforçar-se nisso, não encontram sentido em continuar tentando.

Em determinadas condições, as condutas que vão seguidas de conseqüências aversivas para a pessoa tendem a desaparecer. Imaginemos a uma mãe que quer conseguir que sua filha chegue mais cedo em casa. Cada vez que pede para que ela chegue mais cedo, a filha fica irritada e lhe grita inclusive muitas vezes os vizinhos a escutam. É provável que acabe deixando de pedi-lo. Pensemos também nas crianças. Aprenderam a expressar agrado e afeto se não são correspondidas por isso?

2) Por observação: muitos comportamentos se aprendem por observação, imitando o que fazem os demais. Se nos referimos a competência social, isto e especialmente relevante nas crianças. Uma criança pouca habilidosa socialmente quase com certeza não foi exposta a suficientes experiências e modelos que lhe tinham ensinado a comportar-se de uma maneira mais adequada. Contudo, se desde criança observamos modelos que resolvam os conflitos sem agressividade, que expressam de maneira adequada as emoções... é mais provável que o façamos de adultos.

3) Por associação de situações e de estímulos: quando vivemos uma situação desagradável, o simples fato de expor-nos a outras situações parecidas, com estímulos similares, portanto, pode fazer que nos sintamos igual de mal que na primeira vez. Uma pessoa que tenha sofrido um acidente de carro pode chegar a ficar nervosa pelo fato de voltar a subir-se de novo num carro, embora não o haja acendido. Este mesmo mecanismo de aprendizagem se aplica as emoções positivas: contemplar uma foto de nosso/a companheiro/a pode deixar-nos contente, e chegar a casa depois de trabalhar pode ter um efeito relaxante.

Em muitos casos, não somos capazes de dizer as coisas que queremos de maneira adequada por que nosso nível de ansiedade é muito alto em determinadas situações. Não é que não sejamos capazes de pensar uma mensagem adequada, senão que a ansiedade nos impede atuar como gostaríamos.