COMPONENTES
NãO VERBAIS DA COMUNICAçãO
Vamos
ver agora em detalhe diferentes componentes moleculares não
verbais da comunicação, com o objetivo de ser mais
conscientes de sua importância comunicativa e poder trabalhar
para controlá-los melhor segundo nossas possibilidades.
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Olhar
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Expressões faciais
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Sorriso
•
Postura / orientação corporal
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Gestos
•
Distância interpessoal
•
Contato físico
•
Aparência pessoal
O olhar
Vários
estudos avaliam o fato de que as pessoas socialmente competentes
costumam olhar à metade superior do rosto do interlocutor,
incluindo aos olhos. É freqüente o fato de que uma pessoa
que olha mais provoca mais reposta comunicativa nos outros.
Geralmente
se olha mais quando estamos escutando (74% do tempo) que quando
falamos (40%); isto acontece porque o olhar serve para acompanhar
o discurso; assim, uma pausa em nosso monólogo pode ver-se
acompanhada de um desvio momentâneo do olhar. Nas situações
nas que estamos falando com mais de uma pessoa, devemos olhar-las
a todas.
Quando
estamos escutando, não olhar pode ser interpretado como falta
de interesse, distração, presa … Em geral supõe
um convite ao outro para que deixe de falar.
Que se
produza o contato ocular, é, portanto, importante e satisfatório
na maior parte dos casos. A duração do mesmo dependerá
de outras variáveis, como a relação que exista
entre as pessoas. Os namorados se olham durante mais tempo aos olhos
que os companheiros de trabalho, por exemplo.
O olhar
diz muito das atitudes e os sentimentos das pessoas. Olhar aos olhos
com muita intensidade durante um tempo sustenido pode ser interpretado
em ocasiões como um sinal de hostilidade. Pelo contrario,
evitar o olhar se interpreta como um sinal de tristeza, de vergonha,
de timidez, de falta de confiança…
Em geral,
os seres humanos utilizam, consciente ou inconscientemente, o recurso
comunicativo do olhar quando:
•
Nos interessam as reações que têm o interlocutor,
sua opinião, suas emoções, suas reações,
etc.
•
Estamos interessados na outra pessoa, gostamos dela e nos sentimos
atraído por ela.
•
Possuímos um status superior; assim, costuma acontecer
que os chefes olham mais aos olhos de seus subordinados, que estes
aos seus superiores.
•
Somos extrovertidos.
•
Estamos escutando.
•
Pertencemos a uma cultura que concede valor ao contato visual.
•
Estamos situados longe da outra pessoa.
•
Sentimos necessidade de ser aceitos.
E é
menos provável que olhemos aos olhos quando:
•
A distância física com a outra pessoa é muito
curta.
•
Falamos de assuntos que nos resultam difíceis, ou muito
íntimos.
•
Não nos interessa a outra pessoa, ou nos resulta chata.
•
Somos introvertidos.
•
Nos sentimos confusos, tristes, envergonhados, ou inferiores à
outra pessoa.
•
Queremos ocultar alguma coisa.
•
Pertencemos a uma cultura que castiga o olhar direto.
•
Não nos interessa ser aceitos pela outra pessoa.
Estas
variáveis não devem ser entendidas como a causa do
olhar o da ausência da mesma; já mencionamos anteriormente
que o comportamento social é situacional; e em cada situação
interatuam muitas variáveis externas e internas, para dar
lugar a um comportamento determinado; é, portanto a combinação
concreta de variáveis a que determinará o resultado
final, e neste caso, o fato de olhar mais ou menos.
Mas conhecer
estas generalidades sobre o olhar nos pode servir para analisar
nosso próprio comportamento e tratar de aperfeiçoar
aqueles aspetos que melhorem nossa competência social; já
sabemos, por exemplo, que se queremos comunicar a alguém
que nos interessa, olhar-lhe aos olhos durante a conversação
nos ajudará a fazer-lo.